Numa brisa aprazível e gostosa
um dia me perdi
pelo infinito
daquele mar imenso de açafrão
das rendas sem igual da minha terra
num zarpar constante e permanente
da bruma,
num manifesto querer de navegar
ao encontro da espuma
que mãos, todos os dias a lutar,
numa luta sublime, e desigual,
entre vigílias penosas
e angústias mortais
tecem belezas feitas maresia.
um dia me perdi
pelo infinito
daquele mar imenso de açafrão
das rendas sem igual da minha terra
num zarpar constante e permanente
da bruma,
num manifesto querer de navegar
ao encontro da espuma
que mãos, todos os dias a lutar,
numa luta sublime, e desigual,
entre vigílias penosas
e angústias mortais
tecem belezas feitas maresia.
E, nos bilros,das mãos das rendilheiras,
cansadas já de tanto labutar
de novo me perdi pelo infinito.
cansadas já de tanto labutar
de novo me perdi pelo infinito.
E, então
nas ondas me despi
dos preconceitos, fugi
da bruma e do casar fiz um vestido
de renda branca urdido
por mulheres obreiras de milagres,
que, entre os dedos
de onde pendem os bilros
contam e recontam mil segredos,
nos piques com perfume de açafrão,
e estórias de encantar
de geração atrás de geração.
nas ondas me despi
dos preconceitos, fugi
da bruma e do casar fiz um vestido
de renda branca urdido
por mulheres obreiras de milagres,
que, entre os dedos
de onde pendem os bilros
contam e recontam mil segredos,
nos piques com perfume de açafrão,
e estórias de encantar
de geração atrás de geração.
E assim eu fui milagre entre milagres,
por, só de ver e ouvir as rendilheiras,
eu própria me sonhar
que era uma renda.
por, só de ver e ouvir as rendilheiras,
eu própria me sonhar
que era uma renda.
Isabel De Sá Cabral
Talvez uma pausa neste momento, sempre com o mar e a sua magia, os segredos, as estórias de encantar....até um dia!
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