sábado, 31 de janeiro de 2015

domingo, 25 de janeiro de 2015



  • a janela líquida é uma página onde a fronteira da realidade
    é uma linha ténue,vaga,com um aroma de cereja e música de tempos esquecidos.
    a janela líquida é um morcego  velejar silencioso num céu azul pardo quando a noite abraça as sombras e esconde o sol nas areias do outro lado.
    a janela líquida é o retrato de uma rainha misteriosa que desafiou a eternidade e o seu olhar prende numa teia de feitiço,todos aqueles que invocam o nome dela .
    encontram-se sinais nos cabelos imaginários de animais imaginários e escutam-se melodias nas pedras onde tentaram apagar a sua presença,a sua essencia divina.
    a janela líquida é um sonho num livro.


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      Nefertem - God of Perfume

      Also known as He Who is Beautiful and Water Lily of the Sun, was god of both healing and beautification, perfumes and aromatherapy. In ancient Egypt, perfume wasn’t like the perfume of today - perfume was holistic, much as aromatherapy today.

      His function as a solar god was that of the sunrise. Nefertem was the god who helped raise the sun into the sky, passing it to Ra as one would give a flower to a guest at an ancient Egyptian party. In the mornings, the water lily flower opens up with the sun, giving the Egyptians a strong connection between the plant and the heavenly body.
      He was not worshiped at a temple, but Nefertem was an aspect of the sun god himself, the god who created himself and rose out of the waters of Nun, the pre-primordial waters of infinite space and infinite time from which the Universe was born. He was a protector of Egypt, a god with the power to both destroy and heal. His flower was one of the favorite flowers of Egypt, shown on tomb walls as a possible symbol of fertility and rebirth. Despite the trivial sounding title of a god of perfume, Nefertem was a god who healed the people of Egypt, and who could heal the gods themselves.

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    Queen Hatshepsut
  • acordei ?
    tudo era amarelo e soava a harpas e sugeria o oriente de eras remotas.um campo e girassóis a perder de vista .duas luas muito brancas entre montanhas deuma altura indizível.
    um corcel árabe,majestoso,belo,elegante a galopar e a chamar-me...

  • sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

    COM SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDERSEN

    Sophia de Mello Breyner Andresen (06/11/1919 § 02/07/2004)

    INICIAL

    O mar azul e branco e as luzidias
    Pedras — O arfado espaço
    Onde o que está lavado se relava
    Para o rito do espanto e do começo
    Onde sou a mim mesma devolvida
    Em sal espuma e concha regressada
    À praia inicial da minha vida

    in «Dual», prefácio de Eduardo Lourenço, edição Assírio & Alvim

    COM MÁRIO CESARINY


    Gostei · 26 de Novembro de 2014 · 
     

    Mário Cesariny — 09-08-1923 § 26-11-2006

    VOZ NUMA PEDRA

    Não adoro o passado
    não sou três vezes mestre
    não combinei nada com as furnas
    não é para isso que eu cá ando
    decerto vi Osíris porém chamava-se ele nessa altura Luiz
    decerto fui com Isis mas disse-lhe eu que me chamava João
    nenhuma nenhuma palavra está completa
    nem mesmo em alemão que as tem tão grandes
    assim também eu nunca te direi o que sei
    a não ser pelo arco em flecha negro e azul do vento

    Não digo como o outro: sei que não sei nada
    sei muito bem que soube sempre umas coisas
    que isso pesa
    que lanço os turbilhões e vejo o arco-íris
    acreditando ser ele o agente supremo
    do coração do mundo
    vaso de liberdade expurgada do menstruo
    rosa viva diante dos nossos olhos
    Ainda longe longe essa cidade futura
    onde «a poesia não mais ritmará a acção
    porque caminhará adiante dela»
    Os pregadores de morte vão acabar?
    Os segadores do amor vão acabar?
    Passa-me então aquele canivete
    porque há imenso que começar a podar
    passa não me olhas como se olha um bruxo
    detentor do milagre da verdade
    a machadada e o propósito de não sacrificar-se não construirão ao sol coisa nenhuma
    nada está escrito afinal

    Mário Cesariny, in «Pena Capital». Ed. Assírio & Alvim